Aprenda neste artigo aonde as serpentes peçonhentas
moram, quais seus hábitos e os horários com maior índice de avistamentos. Desta
forma, você poderá ficar mais atento para aprender como prevenir acidentes com cobras.
Quem anda pelo meio do mato e não se preocupa com
serpentes, certamente está indo por um caminho aonde os acidentes podem se
tornar realidade. Apesar dos encontros com serpentes serem cada vez mais raros
na maioria das regiões com influência antrópica, a possibilidade de topar com
um animal desses em ambiente natural sempre existe.
A melhor maneira de evitar acidentes com estes
animais em ambiente florestais, ou até mesmo em campos e trilhas, é olhar por
onde anda, em deslocamento lento. Existem serpentes peçonhentas arborícolas que
são bem difíceis de ver, então também é bom prestar atenção nos galhos de
árvores, principalmente aqueles mais baixos, aonde juvenis de jararacas
costumam repousar. Outra regra básica é usar um bom calçado. Quanto mais
resistente, maior a chance de proteção em caso de uma picada. Segundo a
literatura especializada, mais de 70% dos casos de acidentes com serpentes
peçonhentas ocorrem na região do joelho para baixo. Aí você já vê o quanto é
importante estar calçado e, de preferência, usando perneiras. Existem casos
documentados de picadas de jararaca que perfuraram botas plásticas do tipo
sete-léguas (nem sei se ainda existe esta marca). Quem conhece este tipo de calçado
já pode perceber a violência de uma picada. Os outros 30% dos acidentes
acontecem, obviamente, nas mãos, braços, cabeça, etc.
Por serem animais ectotérmicos, as serpentes
precisam realizar a regulação térmica de sua temperatura corporal, então é comum
encontrá-las em bordas de mata, em tocas, em buracos de cupinzeiro e até mesmo
na sombra de uma árvore ou arbusto, de modo que elas possam deslocar-se em
caminhos curtos entre o sol e a sombra ou, em alguns casos, possam alternar-se
entre micro habitats mais ou menos quentes, dependendo da necessidade.
Admite-se que uma hipótese para estes pequenos deslocamentos aconteçam para
evitar ao máximo a exposição aos predadores.
Existem épocas do ano aonde o número de acidentes
aumenta, geralmente são os períodos chuvosos, que também coincidem com os meses
de maior atividade agrícola. Deixando a agricultura um pouco de lado, o período
chuvoso por si só já poderia produzir um aumento do número de serpentes
passeando por aí. Uma das hipóteses aventadas por pesquisadores para explicar o
maior número de avistamentos e acidentes com cobras nessa época seria devido ao
fato de ser um período mais propício para a reprodução desses animais.
Outro período de grande risco é entre o entardecer
e o amanhecer, em qualquer época do ano. A maioria das serpentes peçonhentas
que ocorrem no Brasil têm hábitos noturnos, o que não afasta a possibilidade de
um encontro durante o dia.
Você também deve tomar cuidado ao ficar próximo de
rios e córregos, principalmente nos horários de risco. Jararacas juvenis se
alimentam de anfíbios anuros, então são mais facilmente encontradas nestes
locais. Quando maduras, estas serpentes preferem consumir pequenos mamíferos.
Sabe aquela historinha que as serpentes saem do seu
caminho quando sentem as vibrações de seus passos? Pode até acontecer, mas é
bom que você saiba que as serpentes podem preferir confiar em suas
camuflagens. A primeira opção de defesa de uma serpente, eventualmente, pode
ser simplesmente ficar parada, esperando que você não a veja. Aí você já pode
imaginar que se você pisar em uma serpente mais valente, ou preguiçosa, você
estará em maus lençóis. Outro motivo que pode levar serpentes fêmeas a não
saírem do caminho é a prenhez. Atenção é importante, sempre! As serpentes
também podem optar por outras estratégias de defesa além de confiar em sua
camuflagem, que pode ser realmente fugir, ou até mesmo se armar para o bote,
podendo vir a desferir desde botes secos, com a boca entreaberta, ou até mesmo
chegando às vias de fato, com um bote caprichado para inocular uma boa
quantidade de peçonha na suposta ameaça.
Muito se fala em espalhar cal no chão em volta do
acampamento para evitar a entrada de serpentes no perímetro. Algumas pessoas
relatam que isto funciona, mas na literatura especializada não encontrei
nenhuma referência quanto à efetividade deste método. Em acampamentos, a melhor
forma de evitar acidentes com estes bichos são as barreiras físicas, que podem
ser desde manter a porta de sua barraca sempre fechada, quanto manter seus calçados
protegidos contra a entradas de serpentes e insetos peçonhentos.
Se você encontrar uma serpente tenha a certeza que
é sinal de sorte! Poderá, mantendo a devida cautela e distância, observar o
animal e até mesmo fotografar o encontro. Mas se a serpente o surpreender antes
que você a veja, aí é bom estar protegido!
Importante: li vários artigos e alguns livros relacionados às serpentes peçonhentas
brasileiras, entretanto, não esperava elaborar uma postagem destas, e acabei
por não anotar as referências enquanto lia. Alguns livros em que aprendi sobre
o assunto já divulguei neste link. Outros
artigos em língua portuguesa, para confirmar ou não aquilo que eu disse, você pode
procurar na base Scielo, que foi onde encontrei muita coisa,
mas não tudo o que estudei, o Google também é uma importante ferramenta para
aprofundar seu conhecimento. Certamente existem outras fontes de pesquisa, caso
você se interesse. Apesar de ter pesquisado bastante, por não ser
especialista no assunto, eventualmente posso ter cometido equívocos, então,
caso precise das informações cientificamente comprovadas, procure
por livros e artigos de especialistas.
Fonte: http://www.blog.tocandira.com.br/
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